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relatório da Transparência Brasil mostra que 95 (46%) dos principais órgãos do
país ignoram pedidos de informação. De 206 órgãos questionados, outros
35 (17%) negaram acesso à informação, 47 (23%) concederam parcialmente e apenas
29 (14%) concederam integralmente o acesso à informação solicitada. Dentre os órgãos
que atenderam ou atenderam parcialmente nosso pedido, 72% compartilharam
indevidamente dados pessoais de requerentes.
Direcionados
aos principais órgãos públicos de todos os poderes e esferas federativas, os
pedidos requeriam a cada um deles a base de dados de todas as solicitações de
informação, contendo as respectivas respostas, recursos e anexos,
recebidas via LAI desde 2012, quando a Lei passou a vigorar, até abril de 2017.
As bases de pedidos de informação
fornecidas integrarão a plataforma do Achados e Pedidos.
Para Juliana Sakai, diretora de operações da Transparência
Brasil, o fato de 46% dos órgãos terem simplesmente ignorado o pedido “demonstra
uma clara deficiência na implementação da Lei de Acesso, cinco anos após sua
entrada em vigência. Ainda que, de acordo com o artigo 32 da Lei de Acesso, a
recusa de fornecer informação requerida possa ensejar abertura de ação por
improbidade administrativa essa prática ficou no papel”.
Outra grave conclusão do levantamento é que a prática de
proteção de informações pessoais custodiadas por órgãos públicos constitui uma
exceção: 72% dos órgãos que enviaram arquivos para a organização compartilharam
indevidamente esse tipo de informação. “Dado que o estudo contemplou apenas
capitais na esfera municipal, é razoável supor que a realidade brasileira seja
ainda pior. Nesse sentido, mostra-se urgente avançar debates por uma política
de proteção de dados pessoais”, defende Sakai.
Também foram identificados casos de ausência de requisitos
básicos para atendimento da LAI como a não existência de sistemas
informatizados, a falta de regulamentação da Lei em diversos poderes e esferas
e, ainda, o despreparo técnico e desconhecimento da LAI por parte dos
servidores. “Isso evidencia uma enorme falta de compromisso do estado
brasileiro com o acesso à informação. Sem investimento mínimo não há espaço
para a promoção efetiva da transparência pública, o que prejudica participação
e o controle social, elementos essenciais para o fortalecimento democrático”,
conclui Sakai.
Acesse aqui o relatório completo.